Colheitas de arroz em risco. Japão regista temperatura mais elevada de sempre

O Japão registou esta terça-feira a sua temperatura mais elevada de sempre, com os termómetros a atingirem 41,8 graus Celsius. O calor extremo, que costumava ser invulgar neste país asiático, está a ameaçar as colheitas de arroz e levou o Governo a pedir aos habitantes que fiquem dentro de casa.

Joana Raposo Santos - RTP /
Foto: Issei Kato - Reuters

O novo recorde de temperatura foi registado na cidade de Isesaki, distrito de Gunma. Já na semana passada tinha sido atingido um máximo histórico na cidade de Tamba, em Hyogo, com 41,2 graus na quarta-feira, de acordo com a agência meteorológica do país.

No mesmo dia foram batidos recordes de temperatura em 39 locais, incluindo Quioto, que atingiu 40 graus pela primeira vez. Quase um terço das estações da Agência Meteorológica do Japão registou máximas superiores a 35 graus.

Também as temperaturas médias no Japão têm vindo a subir, atingindo em julho um novo máximo pelo terceiro ano consecutivo. Só este verão, mais de 53 mil pessoas no país foram a hospitais após sofrerem insolações.

O calor e a escassez de chuva, especialmente nas regiões costeiras, têm aumentado as preocupações com as colheitas de arroz, cereal central na alimentação do povo japonês. As temperaturas elevadas têm causado a proliferação de percevejos em algumas áreas de cultivo de arroz.

Esta terça-feira, o Governo prometeu adotar oficialmente uma nova política de aumento da produção de arroz para evitar futuras carências e anunciou apoios para o controlo de pragas e para combater a seca.

"Precisamos de agir agora com velocidade e com um sentido de crise para prevenir os danos" causados pelas temperaturas altas, declarou o ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, em conferência de imprensa.

Já em 2023 o calor extremo prejudicou a qualidade do arroz, levando a uma escassez deste cereal que foi agravada pelos cálculos errados do Governo sobre a oferta e a procura.

A situação originou na altura uma crise nacional devido aos preços historicamente elevados do arroz.

c/ agências
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